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Ostara

  • luispintolisboa
  • 20 de abr.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 21 de abr.

Feliz Ostara


Antes da chegada das religiões monoteístas abraâmicas: cristianismo, judaísmo e islamismo, a Europa celebrava Ostara, uma festa que, por acaso, ou não, tinha como símbolos de fertilidade e renascimento: ovos e coelhos.


Portanto, era com Ostara que a Europa assinalava o equinócio da primavera, normalmente entre os dias 19 e 21 de março, no hemisfério norte, que faz parte da Roda do Ano, o calendário sagrado usado por tradições pagãs modernas, como a Wicca.


Etimológicamente, o nome “Ostara” provem da deusa germánica Eostre (ou Ēostre), associada à primavera, fertilidade e ao renascimento da luz. Eostre está também na origem da palavra inglesa "Easter" e da alemã "Ostern", ambas significam "Páscoa".


A propósito, como já referido, os temas e alguns dos símbolos da festa de Ostara eram, para além dos ovos e coelhos, símbolos de fertilidade e de novos começos, sementes e flores que representam o crescimento e a renovação.


Ou seja, Ostara está profundamente ligado à ideia de renascimento, equilíbrio e potencial. Aliás, o equinócio da primavera marca um ponto de viragem simbólico e energético, com raízes em tradições pagãs, espirituais e naturais.


Assim, Ostara ilustra o renascimento e a renovação, porque representa o renascer da vida após o recolhimento do inverno. É também um momento de despertar interior, como se a consciência saísse da “hibernação”, para uma nova vitalidade, um ressurgimento do propósito, assim como as sementes começam a germinar, também nós começamos a fazer crescer intenções, sonhos e ações. É uma lembrança da transformação cíclica, recorda-nos que tudo na vida é cíclico, após a escuridão: vem a luz, após o fim: o começo.


Mais ainda, Ostara representa o equilíbrio, o dia e a noite passam a ter a mesma duração, simbolizando harmonia, igualdade entre a luz e as trevas. Este facto tem um forte valor simbólico, como por exemplo, o equilíbrio entre razão e emoção, ação e contemplação, e a integração dos opostos, como "yin" e "yang", ou a dualidade entre interior e exterior. Aliás, este é um convite à harmonia consciente, antes da intensidade do verão.


Para concluir, Ostara lembra ainda o potencial e a criação, simbolizando a fase fértil da existência. Este é o momento de plantar, física e espiritualmente. Tudo o que se semeia agora, tem o poder de florescer mais à frente. É um encorajamento à criatividade, ao planeamento e à esperança ativa. Filosoficamente, é um convite à intenção consciente, perguntando-nos, o que queremos fazer crescer em nós e no mundo?


Em suma, assim como a terra desperta, também o espírito se ergue, pleno de luz, equilíbrio e promessa.


Bibliografia:


- CROWLEY, Vivianne – Wicca: O Caminho da Bruxa. Lisboa: Editora Pergaminho, 2002.

- GRIMM, Jacob – Mitologia Teutónica. Trad. James S. Stallybrass. Londres: George Bell and Sons, 1882.

- HUTTON, Ronald – As Estações do Sol: Uma História do Ano Ritual na Grã-Bretanha. Oxford: Oxford University Press, 1996.

- MOURA, Claudiney Prieto – Wicca: A Religião da Deusa. Lisboa: Editora Gaia, 2001.

- PRIESTESS Moontree – A Roda do Ano: Celebrações Pagãs da Natureza. Lisboa: Arte Plena, 2012.

 
 

"Mudar o mundo, não é loucura, não é utopia, é justiça". 🩵

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