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Intervenção na Manifestação pela Vida Independente

  • luispintolisboa
  • 3 de mai.
  • 3 min de leitura

Hoje, um pouco por todo o país, realizaram-se as manifestações pela Vida Independente, que antecedem o Dia Europeu pela Vida Independente, que se assinala a 5 de maio.


Pelo terceiro ano consecutivo, participei da organização, do apoio e do acompanhamento às pessoas com deficiência do núcleo do Centro para a Vida Independente do Vale do Ave.


Partilho com vocês o texto da minha intervenção de hoje na manifestação pela Vida Independente:


Hoje, erguemos a voz por algo que nunca deveria ser posto em causa: o direito das pessoas com deficiência a viverem com dignidade, liberdade e igualdade.

A vida independente não é um privilégio, é um direito humano fundamental. Porém, este direito tem sido ignorado, atrasado e negado.


Na verdade, as pessoas com deficiência continuam a enfrentar barreiras visíveis e invisíveis: exclusão, instituições segregadoras, acesso negado à educação, ao trabalho, à habitação, à saúde.


Aliás, as pessoas com deficiência continuam a ser vistas como problemas a resolver e não como cidadãos com direitos.

Por isso, enquanto aliado, uma vez mais, junto a minha voz à das pessoas com deficiência reivindicando o cumprimento dos 12 pilares para a vida independente: acesso à informação, rendimento digno, cuidados de saúde, transportes acessíveis, ambientes inclusivos, equipamentos de apoio, habitação adaptada, assistência pessoal, educação inclusiva, emprego com igualdade, advocacia independente e o apoio entre pares.

Assim, advogo o direito das pessoas com deficiência de viverem em comunidade, de escolherem onde e com quem querem viver, de se deslocarem livremente, de trabalharem, estudarem, amarem, divertirem-se e contribuirem para a sociedade livremente como qualquer outra pessoa.


A vida independente é possível, mas exige ação política, exige escuta verdadeira e exige compromisso de toda a sociedade. Não podemos continuar a aceitar o silêncio, os adiamentos e a exclusão.


Desse modo, com toda a legitimidade, as pessoas com deficiência não pretendem apenas ser incluídas, querem ser protagonistas na construção das suas soluções.


Por isso, pelo terceiro ano consecutivo (há três anos foi uma concentração no Parque da Cidade), estou presente a apoiar camaradas da delegação do Centro para a Vida Independente do Vale do Ave nas reivindicações locais de melhores acessibilidades e melhor acesso aos transportes públicos.


Porque só há liberdade a sério quando todas as pessoas têm as mesmas oportunidades para viverem uma vida plena e digna.

Em suma, pela igualdade, pela dignidade, pela liberdade e pela Vida Independente, seguiremos sempre em união até que esta seja uma realidade para todas as pessoas.


25 de abril sempre, capacitismo nunca mais.


ree


...


Partilho também o poema que escrevi, influenciado pelo manifesto deste ano:


Pontes para a equidade


Todas as pessoas têm direito à vida,

Com dignidade, com voz, com lugar.

Não é favor a cidade bem construída,

Nem o direito de a poder circular.


A diferença é uma ponte de esperança

Ligando mundos e formas de existir.

Ninguém precisa ser igual pra ter benquerença

Porque o que nos une é o direito de seguir.


A casa é ninho, abrigo, proteção,

E a saúde, um bem para todos cuidar.

A escola abre portas da compreensão,

Com acessos pra todos poderem entrar.


Assistência é o ombro que ampara,

Não por pena, mas por justiça e razão.

Quando a inclusão se faz clara,

A sociedade escuta o coração.


Que os muros virem pontes de verdade,

Que a escuta vença a indiferença.

Só há futuro com plena equidade.

E, a diferença é força, não sentença.

 
 

"Mudar o mundo, não é loucura, não é utopia, é justiça". 🩵

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