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As Maias

  • luispintolisboa
  • 1 de mai.
  • 3 min de leitura

A Festa das Maias ou Maia Maior é uma tradição pagã de origem europeia, especialmente presente em regiões de Portugal e da Península Ibérica. Essa celebração está ligada à fertilidade, à primavera e ao florescimento da natureza, tendo sido herdada de cultos pagãos muito antigos, anteriores ao cristianismo.


De forma resumida, algumas características dessas tradições são os Enfeites com flores, sobretudo giestas amarelas, em portas, janelas e animais, como forma de proteção contra espíritos malignos.

Outra característica são as Representações da Maia, uma menina vestida de branco e adornada com flores, que simboliza a primavera e a renovação da vida.

Por último, outra característica são Rituais de fertilidade e abundância, associados ao crescimento das colheitas e ao bem-estar da comunidade.


Estas festas têm raízes em celebrações celtas e romanas, como Beltane, que marcava o início da metade mais clara do ano.


Portanto, na Festa das Maias, manda a tradição que na noite de 30 de abril para 1 de maio as pessoas enfeitem as portas, janelas e outros locais com flores e giestas amarelas e, em alguns lugares, também com bonecas de palha enfeitadas. Os nossos antepassados já o faziam para assinalar o fim do inverno e para pedir proteção e fertilidade para a terra. Assim, as casas eram enfeitadas de noite, para estarem todas cheias de flores quando o dia nascia. Dessa forma afastavam-se “os maus espíritos”. Há terras onde se põem as flores no ferrolho da porta. Esta tradição chama-se “as maias”, “os maios” ou “a flor do maio” e difere consoante as regiões do país, até porque, também se diz “pôr as maias à porta”.

Notem, usam-se giestas porque são flores muito abundantes nesta altura do ano e porque como são amarelas representam a luz, a vida.


Outra característica desta tradição milenar são as representações da Maia, que era uma boneca de palha de centeio, em torno da qual as pessoas dançavam na noite de 30 de abril para 1 de maio. Podia ser também uma menina vestida de branco com coroas de flores, que estava sentada num trono cheio de flores e em volta de quem se cantava e dançava. Esta festa era pagã foi proibida várias vezes em Portugal, até mesmo através de Carta régia.


Outra característica são Rituais de fertilidade e abundância, associados ao crescimento das colheitas e ao bem-estar da comunidade. Aliás, na mitologia romana, Maia era a deusa mãe de Mercúrio, que era o mensageiro dos deuses. Com efeito, Maia era a deusa romana da fecundidade. O nome “Maia” significa “pequena mãe” e era tradicionalmente dado a uma avó, ama de leite ou parteira.


Esta tradição surge associada a uma festa muito importante para os Romanos, que era a Floralia, realizada nos primeiros 3 dias de maio, em honra da deusa Flora e da primavera. Era uma festa que celebrava a fertilidade e pedia que a Terra desse bons frutos neste novo ano agrícola.


Assim, entendamos, muitas das lendas e tradições que foram adotadas pela Igreja Católica têm raízes pagãs, tendo a Igreja Católica adotado grande parte dos rituais pagãos para as pessoas não se revoltarem por perderem as tradições ancestrais.


No Alto Minho, associa-se esta tradição à fuga de Jesus para o Egipto. Conta a lenda que o rei Herodes descobriu que a Sagrada Família estava a pernoitar numa pequena aldeia, na sua fuga para o Egipto. Então, ordenou que quando alguém descobrisse em que casa estava o Menino Jesus, pendurasse um ramo de giestas na porta, para os soldados saberem onde se deviam dirigir. Diz a lenda que, por milagre, quando os soldados chegaram à cidade, encontraram todas as portas enfeitadas com ramos de giesta florida. Assim, os soldados não conseguiram encontrar o Menino Jesus. Noutras terras conta-se que Maria, quando ia a caminho do Egipto, foi colocando giestas no caminho para saber fazer depois o caminho de regresso.


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"Mudar o mundo, não é loucura, não é utopia, é justiça". 🩵

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